Agiotagem em Franca: a investigação que resultou na prisão de dez suspeitos
A morte de uma mulher em abril deste ano em Franca (SP) foi o que motivou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a investigar a prática de agiotagem na cidade.
Nesta quarta-feira (22), dez suspeitos foram presos pela prática de empréstimo de dinheiro a juros abusivos e de lavagem de dinheiro.
De acordo com o promotor do Gaeco Rafael Piola, desde a morte de Érika Cardoso, de 40 anos, que segundo familiares, foi assassinada por supostas dívidas de empréstimos, o Ministério Público passou a acompanhar registros de ocorrências relacionadas a agiotagem, violência envolvendo a prática, ameaça e extorsão.
Quadrilha movimentou R$ 19 milhões
Durante a operação denominada ?Maré Alta?, realizada pelo Gaeco e pela Polícia Militar nesta quarta-feira, o promotor que coordenou a ação informou que a quadrilha movimentou aproximadamente R$ 19 milhões nos últimos três anos.
"Eles movimentaram essa quantia nas contas bancárias em nome deles e de laranjas. Um dos cabeças do esquema também já teve condenação por tráfico ilícito de drogas."
Valores das contas bancárias dos investigados foram bloqueados, mas ainda não foram contabilizados pelo MP.
Em cumprimento aos 13 mandados de busca e apreensão foram apreendidos diversos celulares, notebooks, anotações com contabilidade de empréstimos a juros exorbitantes, centenas de notas promissórias somando mais de R$ 1,5 milhão em dívidas, relógio de luxo, arma de fogo, um simulacro de fuzil, além de cheques e cartões de crédito em nome de laranjas.
A quadrilha atuava na região de Franca emprestando dinheiro a juros abusivos e agia com violência e graves ameaças contra "devedores".
Lavagem de dinheiro e empresas de fachada
Ainda de acordo com a promotoria, os valores arrecadados com a prática criminosa eram usados para lavagem de dinheiro usando empresas de fachada, veículos de luxos e imóveis.
"Não apreendemos fisicamente os veículos porque temos um problema de local para custódia dos mesmos. Porém, foi pedido o bloqueio administrativo dos mesmos, o que impossibilita a venda e a doação. Quanto às empresas de fachada, a maioria eram de cobranças, apenas para justificar a movimentação bancária", diz.
Prisões e investigações em andamento
Dos dez presos, nove foram detidos em Franca e um em Pirassununga (SP). Os suspeitos vão responder pelos crimes de organização criminosa, agiotagem e lavagem de dinheiro.
Alguns dos investigados foram ouvidos nesta quarta-feira pelo Gaeco, e o restante será interrogado nos próximos dias.
Homicídio e investigação da Polícia Civil
O homicídio da vendedora, baleada ainda dentro do carro, quando esperava o portão eletrônico da garagem abrir está sendo investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Uma câmera de segurança registrou toda a ação. O assassino conseguiu fugir antes mesmo de o portão fechar.
Segundo o delegado Márcio Murari, dois homens foram presos logo após o crime, sendo o que atirou contra a vítima e o intermediário. ?Um segundo inquérito para apurar quem são os mandantes foi aberto e está em andamento.?
Fonte: [Nome da fonte]
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