O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destaca a queda tímida, mas consistente, da taxa de juros no Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido como "Conselhão", que a taxa de juros do país começou a cair de forma tímida, porém consistente. Haddad enfatizou que os juros reais brasileiros ainda estão altos, o que deixa o Banco Central com ?gordura para queimar? na política monetária.
Taxa de juros em queda
Haddad declarou que a taxa de juros no Brasil está começando a cair, ainda que de forma gradual. Ele ressaltou que o país ainda possui margem para reduzir os juros, pois a taxa de juro real brasileira ainda está distante do segundo colocado.
A diretoria do Banco Central está reunida para definir o patamar da taxa Selic e é esperado um novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa, que iria a 11,75% ao ano. O resultado dessa reunião é aguardado com expectativa pelos agentes do mercado, que buscam sinalização sobre os próximos passos da política monetária.
Crescimento econômico e inflação sob controle
Em seu discurso, Haddad destacou que o crescimento econômico do país deverá superar 3% este ano e que a inflação está praticamente dentro da meta estabelecida. Ele afirmou que não há razão para imaginar que 2024 será pior do que 2023.
O ministro mencionou a perspectiva de um ciclo virtuoso para o Brasil, com crescimento econômico sustentável em termos fiscais e ambientais, prevendo uma melhora no cenário internacional. Ele afirmou que um ciclo de corte de juros no Brasil pode ser associado a um ciclo que irá começar a acontecer no mundo desenvolvido a partir do próximo ano.
Autonomia do Banco Central
Outro ponto destacado por Haddad foi a conquista de uma "autonomia inédita" pelo Banco Central, que impediu o governo Luiz Inácio Lula da Silva de indicar um novo presidente para a instituição no início de seu mandato. Ele ressaltou que há um período de dois anos de transição para que o presidente possa nomear o presidente do Banco Central e a diretoria alinhada à política econômica do governo eleito.
Além disso, o ministro salientou a importância de estabelecer uma meta contínua para a inflação, o que retira a pressão de cumprir meta a cada ano. Ele afirmou que é necessário criar programas consistentes que levem em consideração não apenas a meta de inflação, mas também outras variáveis macroeconômicas.
Reservas cambiais e proteção aos investidores
Haddad enfatizou que o acúmulo de reservas cambiais é um fator importante para a sustentação da economia brasileira. Ele afirmou que o país trabalha para atrair investimentos sustentáveis e reafirmou o compromisso do governo em criar um instrumento para proteger os investidores de longo prazo da flutuação cambial.
O ministro ressaltou a capacidade do Brasil em oferecer as melhores condições de produção verde aos investidores estrangeiros e associar isso a instrumentos financeiros modernos para garantir estabilidade do Orçamento e do câmbio.
Pagamento de precatórios e interesse do governo no Congresso
Haddad informou que o governo irá pagar nas próximas semanas 94 bilhões de reais em estoque de precatórios acumulados após a criação de um teto para essas despesas pelo governo anterior. Ele destacou que o governo recebeu aval do Supremo Tribunal Federal para quitar esse passivo sem afetar as regras fiscais.
O ministro também ressaltou que esta semana será decisiva para a votação de projetos de interesse do governo no Congresso.
Conclusão
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, demonstrou otimismo em relação à queda da taxa de juros no Brasil, ressaltando que os juros reais ainda estão altos e há espaço para novos cortes. Ele também enfatizou o crescimento econômico do país e a inflação sob controle, prevendo um ciclo virtuoso para a economia brasileira. Além disso, Haddad destacou a autonomia do Banco Central, o acúmulo de reservas cambiais, a proteção aos investidores e o pagamento de precatórios pelo governo. Acompanhar as medidas econômicas tomadas pelo governo e as decisões do Banco Central são essenciais para entender o panorama econômico do país.
Redes sociais