Thiago Brumatti Palermo e Marcelo dos Santos Viera: O Crime e suas Motivações
No mês de julho deste ano, a cidade de Campo Grande (MS) foi palco de um crime brutal que chocou a população. Thiago Brumatti Palermo, de 30 anos, e Marcelo dos Santos Viera, 45, foram encontrados carbonizados no porta-malas de um carro. Após intensas investigações, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) revelou que o motivo por trás desse crime foi a troca de tabletes de cocaína por gesso, realizada pelos dois envolvidos. Nove pessoas foram indiciadas por participação no crime, sendo três presas, quatro procuradas pela polícia e duas respondendo em liberdade. Um décimo suspeito também foi identificado, porém, morreu dias depois das execuções.
Os envolvidos no crime
Dentre os suspeitos indiciados pela DHPP, há quatro que ainda estão foragidos: Cezar Augusto Rocha Gonçalves, Diogo Guilherme da Silva Firmino (conhecido como Zé Caveira), Cristiago Nunes Dutra (Nick) e Cleber Laureano Rodrigues Mendeiros (Doutor PCC ou Tubarão). Esses indivíduos são apontados como membros de uma facção criminosa responsável pela execução de Thiago e Marcelo.
O esquema criminoso e o "julgamento"
Segundo as investigações da DHPP, Thiago e Marcelo eram responsáveis por enviar remessas de cocaína para o estado de São Paulo. Thiago tinha o papel de preparar veículos com a droga escondida em uma casa destinada exclusivamente para esse fim. Marcelo, por sua vez, apoiava Thiago e foi ele quem teve a ideia de realizar a troca de tabletes de cocaína por gesso. Para concretizar a fraude, Marcelo utilizou a marcenaria onde trabalhava para fazer moldes de gesso e preparar os tabletes falsos.
Paralelamente ao esquema de falsificação, outros dois homens, integrantes da mesma facção criminosa de Marcelo e Thiago, descobriram onde eles escondiam as drogas e decidiram furtar alguns tabletes para revendê-los por conta própria. No entanto, os criminosos levaram apenas os tabletes com gesso, deixando os verdadeiros tabletes de cocaína.
Quando a facção descobriu o esquema de Thiago e Marcelo, os chefes decidiram punir os envolvidos. Thiago, Marcelo, os dois criminosos que furtaram os tabletes falsos e o motorista responsável por conduzir os fretes até São Paulo foram levados para uma casa na região da avenida Três Barras, onde ocorreu uma videoconferência com membros da facção paulista. Esse "julgamento" foi marcado por torturas e ameaças.
Posteriormente, os cinco envolvidos foram transferidos para um cativeiro no bairro São Conrado, onde foram mantidos em cárcere por algum tempo. No entanto, no dia 23 de julho, Thiago foi estrangulado até a morte e seu corpo foi colocado no porta-malas de um Ford Fiesta. O motorista, que deveria apenas receber uma surra, reagiu no trajeto para o destino final, confrontando seus "seguranças", esfaqueando-os e conseguindo fugir.
Os outros três envolvidos foram condenados à morte e também foram colocados no porta-malas do mesmo veículo onde estava o corpo de Thiago. Os assassinos, então, dirigiram até uma rua de terra que liga os bairros São Conrado e Nova Campo Grande, onde incendiaram o carro. Os dois homens que estavam no porta-malas conseguiram escapar antes que o fogo se espalhasse, mas Marcelo não teve a mesma sorte, sendo encontrado carbonizado.
Os autores intelectuais do crime
Segundo as investigações da DHPP, o chefe do "julgamento" recebeu auxílio próximo de Diogo Guilherme da Silva Firmino, conhecido como Zé Caveira, que ainda está foragido. Diogo é apontado como uma peça importante no planejamento e execução do crime.
Esse crime chocante demonstra a crueldade e a violência presentes no mundo do crime organizado. A troca de tabletes de cocaína por gesso pode ter sido o estopim para uma série de eventos que culminaram na morte de dois indivíduos e no sofrimento de todos os envolvidos. A polícia continua em busca dos foragidos e espera-se que a justiça seja feita para as vítimas e suas famílias.
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