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Labuta da folia: bastidores do ensaio do bloco Tarado ni Você, em São Paulo

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Estamos tocando a segunda música e eu já estou suado, morrendo mesmo aqui dentro, com ar-condicionado

"Também, você não para de pular", responde Demetrius Lulo, o violonista ao seu lado.

São 11 pessoas na banda dentro do estúdio em Pinheiros ensaiando as 50 músicas do repertório do bloco Tarado ni Você.

No centro da cidade.

Instituição do Carnaval paulistano

Fundado pelos amigos Rapha Barcalla, Rodrigo Guima e Thiago Borba, o Tarado é uma instituição do Carnaval de rua paulistano, evento que cresce na cidade há mais de uma década.

"Vários coletivos que surgiram ali celebram sua década agora. Em 2013, 2014, estávamos vivendo um momento forte de arte no espaço urbano", ele diz, como carnavalesco do Tarado.

Quando olham para a trajetória toda, gostam de pensar que criaram a estética de um outro tipo de festa. A chegada apoteótica do Tarado no Teatro Municipal, por exemplo, é esperada pelo público.

"O mais forte que criamos nesses dez anos foram narrativas que misturam a obra de Caetano, o que estava acontecendo conosco e o que estava havendo em São Paulo. E essa criação adentrou os corações de milhares de pessoas", reflete Guima.

O primeiro desfile tinha 7.000 pessoas, em 2014. De lá para cá, cresceu de uma maneira galopante e em 2024 são esperadas 100 mil pessoas nas ruas do centro.

O tema é "Cobra Coral Encantada"

Os diretores garantem que o projeto mantém o mesmo propósito, em nova pele ?a banda é totalmente inédita este ano.

O desejo, no entanto, é o mesmo de 10 anos atrás: devorar Caetano.

"Se o ano começa após o Carnaval, é porque ali que trocamos de pele, nos curamos e nos renovamos para seguir adiante. A mutação é inerente. O movimento é eterno", informam no Instagram.

Este ano temos o cancelamento de mais de 150 blocos, muitos deles por falta de patrocínio. A gente consegue a folia fazer com capital social afetivo, mas poderia fazer algo muito maior", reclama.

O que esperar da saída do bloco

"A expectativa é enorme, com a mudança do corpo artístico de banda e mudanças políticas que o Brasil teve nos últimos anos. Eu, particularmente, tenho uma preocupação muito grande que tudo corra bem com os órgãos públicos, que a política pública consiga fazer o Carnaval da melhor maneira possível", diz.

"Somos um corpo mutante, um projeto que procura trazer cor, alegria e reflexão sobre como vivemos e curtimos a cidade onde a gente mora para ter uma vida melhor".

Atenção para a versão de "Tigresa"

Nas dezenas de músicas ensaiadas na segunda-feira, ninguém ficou parado. Para a sorte do grupo, o ar-condicionado segurou a onda.

A previsão é que a energia e a temperatura aumente na saída do Tarado com uma centena de milhares de pessoas espalhadas pelo centro da cidade em três horas de apresentação.

"Venha, veja, deixa, beija, seja, o que Deus quiser".

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